Categoria: Sociedade

Inaugurado novo memorial do Holocausto no Rio de Janeiro

(Imagem: Times of Israel)

O Rio de Janeiro abriu na quinta-feira as portas para o novo Memorial do Holocausto que homenageia não apenas as vítimas judias, mas também grupos menos conhecidos que foram perseguidos pelo regime nazista.

Os responsáveis pelo projeto esperam que o memorial, situado no topo do Parque Yitzhak Rabin, com vista para o Pão de Açúcar e a Baía de Guanabara, se torne um local de visitação para um público diversificado.

“O nazismo não é apenas uma história de judeus vitimizados. Eles foram o alvo principal, mas outros também sofreram”, disse Sofia Levy, membro da equipe curatorial. “A mensagem é: nunca pense que isso não lhe diz respeito.”

A exposição principal é uma viagem por um túnel atrás do salão central, retratando a vida das vítimas antes, durante e depois do Holocausto.

A primeira seção apresenta fotos coloridas de aniversários, tradições e o dia-a-dia de futuras vítimas. Uma tabela mostra os nomes dos grupos perseguidos pelos nazistas: artistas, anarquistas, pedreiros, ciganos, testemunhas de Jeová, gays e deficientes. Ele também especifica os vários grupos judeus visados, como judeus hassídicos e sefarditas.

De lá, os visitantes do memorial na quinta-feira passaram para a segunda seção e foram repentinamente banhados por uma luz em tons de sépia. Uma ferrovia representando os trens de deportação passa sob fotos em preto e branco do texto das leis de Nuremberg que tornavam os judeus legalmente inferiores, membros da Juventude Hitlerista e um homem segurando uma placa incitando o boicote a lojas de propriedade de judeus. Imagens gráficas de campos de concentração e cadáveres magros não aparecem; em vez disso, os visitantes podem se colocar figurativamente no lugar das vítimas pisando em pegadas para ouvir as gravações dos relatos das vítimas do Holocausto.

Na parte final, a vida recomeça em cores - para aqueles que tiveram a sorte de escapar do horror. Vídeos dos arquivos das famílias mostram nascimentos, comemorações e outros fragmentos da vida. E uma tela interativa contém um banco de dados com informações e fotos de quem construiu uma nova vida no Brasil.

O memorial é a terceira instituição focada no Holocausto no Brasil inaugurada em pouco mais de uma década, depois de um museu na cidade de Curitiba, no sul do país, e outro memorial em São Paulo. Levy disse que a ideia nasceu há três décadas, mas os trabalhos só decolaram com uma portaria municipal aprovada em janeiro de 2018 permitindo sua criação.

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